Diante da realidade atual com descasos e retrocessos na sociedade, essa obra traz consigo a chama do repúdio e da resistência nas suas entrelinhas, abordando a dança num contexto dramatúrgico cênico voltado para o ano de 64. O túnel do tempo histórico, marcou nossos antepassados, nossas famílias, e acima de tudo, corpos que ainda hoje não foram encontrados. Esses corpos que foram para as ruas e nunca mais voltaram, foram os que disseram: “NÃO! “, e foram resistência, tanto na linha de frente, quanto para suportar as torturas que lhe eram aplicadas dia após dia. Hoje dançamos para mostrar a mesma resistência daquela época, não em forma de dor, e sim de arte e amor, e ainda seguimos dizendo: “NÃO”, não ao Ato Institucional N° 05, não as injúrias, não aos descasos, não a violência, e acima de tudo, NÃO AO RETROCESSO!
Diretor e Coreógrafo Matheus Bruno | Bboys Mateus Gonçalves Oliveira e Lucas de Sousa Teixeira
Criada no ano de 2014 com intuito de agregar jovens de vários bairros de Itapipoca que já se aventuravam no mundo do Break Dance, a Cia Ikannús deu início as suas ações com uma primeira aparição no Bloco Afro Baião em 2015, trabalhando o próprio Break Dance e a dança afro brasileira, resultando em um estilo híbrido: “Afrobreak”, pesquisa atual da cia, dentre outras técnicas. Durante todos os processos criativos e trabalhos montados, os membros da Cia Ikannús, lutam atuando como verdadeiros guerreiros, tanto em cena como na vida real, fazendo do corpo uma arma para protestar e vencer por um mesmo objetivo: a Dança!
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